sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A Semente

Tudo começou em 2004 num festival de teatro universitário em João Pessoa. O espetáculo “Diário de um Louco” já estava montado graças a vontade, determinação e “atrevimento” de um jovem ator de 18 anos. Se havia alguma carência naquela montagem ela era totalmente suprida pela força e entrega daquele ator.
Depois de algum tempo de conversas e sondagens decidimos investir no espetáculo. O ponto de partida foi o entendimento do excelente texto de Gogol, as entrelinhas de cada palavra. Daquela fonte bebemos nos embriagamos, regamos e aramos o chão onde plantamos cuidadosamente nossas sementes. Nós, os três lavradores: André, Jorge e Marinalva formávamos um pequeno grupo sem nome próprio, mas isso não tinha importância naquela fase, tínhamos muito trabalho a fazer. Nossos ensaios eram bem longos chegávamos a ensaiar oito dez horas, mas o tempo não passava, era muito bom enlouquecer, se perder e se encontrar na arte e na criação dela.
Contamos com o apoio de sempre do nosso maestro Eli Eri Moura para a composição da trilha sonora. Eli-Eri, dessa vez, propôs que investíssemos em três músicos do laboratório de composição do curso de música da UFPB o qual ele criou e coordenava: O Compomus. Juntaram-se ao grupo os músicos Marcílio Onofre, Samuel Correia e Wilson Guerreiro. O processo de criação da trilha foi muito rico, participativo no qual todos aprenderam muito!
No dia 25 de maio de 2005 finalmente estreamos no Teatro Ednaldo do Egypto graças a grande “força” de Fabiano do Egypto e de outros amigos que nos ajudaram naquela batalha.
Naquela noite, nossa planta começou a brotar. Após aquela apresentação percebemos que nada havia acabado, ali era o início de uma jornada de muita determinação e trabalho. Tínhamos que sempre nos redescobrir para manter e melhorar o que tínhamos conseguido. Não foi e não está sendo fácil mesmo com um grupo tão pequeno.
Hoje nossa planta começa a nos dar frutos e o principal deles são os amigos que fizemos com o nosso trabalho, pessoas que se aproximaram por causa do “Diário”. Isso é maior do que qualquer prêmio ou projeto. Aqui vai o nosso agradecimento e carinho aos nossos amigos do Piauí, Rio Grande do Norte, Bahia, Espírito Santo, Ceará, Rio Grande do Sul, Campina Grande e da nossa cidade.
Devemos sempre olhar para frente e caminhar firme sem esquecer nossas pegadas. As minhas no teatro foram moldadas no Grupo de Teatro Bigorna.
Apoiado por Fernando Teixeira fiz o meu primeiro desenho de luz para um grande sucesso do nosso teatro: Anayde. Em seguida desenhei o meu primeiro figurino para “A Bagaceira”. São pegadas muito definidas e profundas!
Fernando e Fabíola: Obrigado!
No ano passado por força das circunstâncias tivemos que nos rebatizar. Dentre várias opções de nomes, André nos trouxe a sugestão de LAVOURA, a meu ver, sintetiza e traduz muito bem a nossa natureza e o nosso jeito de trabalhar.
Estamos novamente arando um novo pedaço de terra, pois já temos outra boa semente pra plantar, regar e pacientemente aguardar seu desabrochar.
Estejam certos de que é um enorme prazer tê-los perto de nós. Nesse ano certamente vamos nos reencontrar e fazer novos amigos.
Um grande abraço!

Jorge Bweres

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