
Com a mesma equipe do Sesc de Bodocó, partimos para Ouricuri, cidade vizinha. Agora mais seguros e amigos, conseguimos contornar os contras com mais habilidade. Novamente, o primeiro espaço oferecido para nós não era nada adequado, com palco pequeno e platéia grande e distante. Corremos pela cidade e conseguimos um galpão que pertence à Associação dos Cortadores de Cana. Começamos então o trabalho, e fizemos um teatro charmoso novamente rodeado por "TNT" preto. A mesma equipe de luz comandada por Galego era pura habilidade. Começamos na hora, para uma platéia lotada e extremamente receptiva. Foi uma apresentação incrível, um encontro emocionante. Dentre os risos, e as emoções trocadas pela platéia com o ator, houve um fato bem curioso. No meio do espetáculo, uma mãe levanta-se com a filha no colo para sair pela lateral (depois descobrimos que a menina estava louca para fazer xixi) e enquanto ela tentava ser discreta e educada na sua saída, o personagem sai correndo do fundo da cena e surpreende as duas, falando algo da história diretamente para elas. A menina sem conseguir conter o medo se treme toda e cai no choro, fazendo a platéia cair na risada... para fechar a cena com maestria, o momento da fala do personagem era exatamente: "... ela deve ter me tomado por maluco, tal o medo que lhe causei...". Mãe e filha saíram e o espetáculo continuou cheio de viço até o final. Que bom é ter história para se contar.